Prestes a ser denunciada pela Operação Lava Jato, a senadora e presidenta do Partido dos Trabalhadores, a paranaense Gleisi Hoffman, foi alvo da indústria maldosa das fake news.
Entrevistada pelo canal árabe Al Jazeera, Gleisi disse todas as informações que sempre deu a quem quisesse ouvi-la em entrevistas com jornalistas honestos.
No entanto, a corja reacionária, inclusive o Movimento Brasil Livre (aka Movimento Me Livre do Brasil), mas também a senadora Ana Amélia (PP-RS), resolveram distorcer a entrevista.
Inventaram que Gleisi pediu ajuda dos terroristas árabes, principalmente do "Exército Islâmico" (Ana queria dizer Estado Islâmico) para libertar Lula.
Daí para dizer que a senadora petista "violou a Lei de Segurança Nacional" foi um pulo.
Gleisi respondeu acusando Ana Amélia de ser "xenófoba e de expressar ignorância e má-fé.
"O incômodo dessa senadora do Rio Grande do Sul não foi com o conteúdo da minha fala, e sim com a emissora com que falei", alertou Gleisi.
Na véspera da denúncia contra ela pela Operação Lava Jato, isso soa como um estímulo à adição da fúria contra Dilma Rousseff e Lula à pessoa da paranaense.
A situação está tão séria que muita gente solidária a Lula interpreta com apreensão uma carta que o ex-presidente ditou a seus advogados na prisão:
"Queridos e queridas companheiras,
Vocês são o meu grito de liberdade todo dia. Se eu não tivesse feito nada na vida, e tivesse construído com vocês essa amizade, já me faria um homem realizado. Por vocês valeu a pena nascer e por vocês valerá a pena morrer.
Lula".
A mensagem, divulgada na página de Lula, é breve e concisa.
Aparentemente, é uma mensagem apenas de saudação, mas isso dá calafrios.
Ela é dirigida principalmente aos manifestantes que estão acampados em Curitiba, em lugar diferente do anterior e longe do entorno da Polícia Federal, depois de serem ameaçados de multa de R$ 500 mil.
Isso pode soar uma despedida, porque há rumores de que os carcereiros de Lula são simpatizantes de Jair Bolsonaro.
Nada está confirmado nesse sentido, pois a prisão tem que primar pelo verniz de "legalidade" e o juiz Sérgio Moro alega que as condições são "humanizadas".
Mas sabemos dos incidentes que ocorreram com Juscelino Kubitschek, João Goulart ou mesmo com o golpista arrependido Carlos Lacerda, dentro do biênio 1976-1977.
Em todo o caso, o Brasil que teve protestos contra a plutocracia - o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) invadiu a sede da TV Bahia, em Salvador e a fazenda de Oscar Maroni, o empresário que deu cerveja de graça após a prisão de Lula - , no entanto, vive uma fase delicada.
Agora começou, aparentemente, o "Fora Todos", entre denúncias, inquéritos e prisões: Aécio Neves, Michel Temer, Paulo Maluf estão entre alguns dos políticos conservadores.
Isso não significa que a democracia e a corrupção vão acabar. Existe a corrupção do Judiciário, os auxílios-moradias, as regalias nababescas...
Sem falar que fotos mostrando o triplex do Guarujá indicam um apartamento muito modesto para que se atribuísse um privilégio abusivo.
Fernando Henrique Cardoso possui apartamentos muito mais opulentos e ninguém mexe nele.
Daí que costuma-se dizer que o Brasil não é para amadores.
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