CARLOS VEREZA - O TALENTOSO, MAS ULTRACONSERVADOR, ATOR APARECE AQUI RECEBENDO UM PRÊMIO DO PRESIDENTE MICHEL TEMER.
Muitos brasileiros estão em estado de choque ao ver um movimento religioso tão afinado com o cenário político conservador de hoje.
Não se tratam dos habituais evangélicos, nem de personagens como Marco Feliciano, Magno Malta ou Silas Malafaia.
Fala-se de outra religião, tida como espiritualista e vista por muitos como futurista.
Tida como acima de qualquer suspeita, essa religião é muito mal divulgada e muitos nem sabem do que ela realmente se trata.
É uma religião que, em tese, se baseou em ensinamentos de um educador francês, que estudava fenômenos paranormais, mas essa religião se desviou da rota original e se perdeu no caminho.
A tal religião, da forma como é feita no Brasil, reduziu-se a um clone do que havia de velho na Igreja Católica.
Como havia escrito, eu segui essa religião por 28 anos, e abandonei em 2012 por problemas de ordem pessoal.
Depois eu pesquisei os livros originais do educador francês e, comparando o que ele ensinou com o que os brasileiros passaram a seguir, a decepção foi enorme.
Os brasileiros simplesmente traíram o educador francês, correto estava ele em seus ensinamentos.
E, então, eles criaram uma religião diferente, embora usem o nome do referido professor e o bajulem da forma mais cafajeste possível.
Vivemos uma época em que muitas pessoas estão decepcionando a humanidade com vários escândalos revelados.
Tivemos Harvey Weinstein, o produtor de filmes de sucesso de Hollywood, denunciado por assédio sexual e estupro, num precedente que já derrubou muitos "heróis" acusados de crimes similares.
Um desses "heróis", o ator Kevin Spacey, que, além de provocar o fim do seriado em que protagonizou, House of Cards, teve sua participação cortada de um longa-metragem, que terá as cenas gravadas pelo ator substituídas por novas gravações com Christopher Plummer.
Antes dele, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, foi preso acusado de corrupção e depois solto, mas o suficiente para ser desmoralizado a cair do seu Olimpo moderno.
Parecia ontem que Nuzman era o mestre de cerimônias das Olimpíadas Rio 2016.
Há poucos dias, William Waack foi denunciado por um vídeo em que ele dizia que "buzinar era coisa de preto".
É certo que Waack não era lá uma grande personalidade, mas tinha lá a sua reputação, que foi derrubada pelo vídeo, um escândalo que refletiu até na mídia estrangeira.
Na onda de decepções, houve até o caso da belíssima atriz Allison Mack, de Smallville.
A alemã radicada nos EUA parecia ser sinônimo de garota "tudo de bom". Parecia ter uma personalidade legal, bem humorada, sensível.
Era a moça dos sonhos de um rapaz comum e um possível modelo de girl next door.
Foi assim até surgir uma denúncia de que Allison Mack estava envolvida numa seita que promove orgias sexuais em rituais violentos que incluíam marcações no corpo a ferro, como os fazendeiros fazem com o gado.
Foi uma terrível decepção, mas só não me chocou tanto porque estou acostumado a desilusões na vida. Mas fiquei muito triste com Allison.
Falando em religião, fala-se de um paranormal baiano, orador à moda antiga (e bota antiga nisso) e dublê de ativista social, que ofereceu o evento para homenagear o prefeito de São Paulo, João Dória Jr..
O episódio rendeu uma situação aberrante em dois sentidos.
Um, porque o tal paranormal, considerado por muitos como um "sábio" e que tem dois grandes livros nos quais têm respostas para "todo tipo de assunto", permitiu que um prefeito divulgasse um estranho alimento de valor nutricional desconhecido e duvidoso, porque feito com restos de comida.
O tal alimento, chamado "farinata", causou repercussão bastante negativa. Foi um escândalo de grandes proporções.
Mas o outro sentido foi que o tal paranormal saiu de fininho, beneficiado pelo que os críticos dessa religião já definem como "silêncio total da imprensa".
Há uma polêmica grande sobre o que fez os jornalistas silenciarem sobre o paranormal, anfitrião do lançamento oficial da "ração humana", portanto, alguém que deveria ter grande responsabilidade no caso.
Uns dizem que é porque paranormais desse tipo possuem uma imagem glamourizada, que rende, nas mídias sociais, "memes" com suas frases ilustradas com paisagens bonitas.
Outros porque não conhecem realmente a natureza da religião que esses paranormais representam.
Outros, mais ingênuos, devem achar que o paranormal, de 90 anos, está velho e deve ter sido desinformado das coisas.
Só que não. Até porque o tal paranormal continua fazendo seus discursos e agindo em completa consciência de seus atos.
E há quem diga que, em que pese a fama de "perfeito" atribuída ao paranormal - cujos fãs acreditam que ele, ao morrer, irá direto ao Céu - , ele tentou ser desviado por uma "má intuição".
Além dele, tivemos outro paranormal, um curandeiro de Goiás que é latifundiário e recebeu até a apresentadora Oprah Winfrey quando ela visitou o Brasil.
Tendo feito exames de avaliação após uma cirurgia por câncer, o paranormal goiano visitou Michel Temer quando este realizou uma pequena cirurgia para retirada de um nódulo.
As fotos em si não sugeriam, mas o clima dos dois era de muita cumplicidade, como se o paranormal visse em Michel Temer e seu projeto político-social uma grande afinidade de ideias.
Temer também recebeu outro representante dessa religião, o ator Carlos Vereza, que interpretou, no cinema, um dos figurões pioneiros da seita brasileira.
Vereza é um direitista convicto, com o apetite reacionário que se vê, com as diferenças de contexto, em personalidades como o roqueiro Lobão.
Carlos Vereza também é membro do Instituto Millenium e um dos mais enérgicos críticos ao PT.
E, de repente, também se manifestou homofóbico, ao se encontrar com Michel Temer. Pediu que o presidente se empenhasse contra a ideologia de gênero.
Vereza se queixou que as relações homoafetivas estariam "mudando a biologia do Brasil" e "erotizando e traumatizando as crianças".
Essa religião "espiritualista" também está sendo acusada de apoiar as ditas reformas do governo Temer, como a trabalhista, que tanto prejudicam os trabalhadores brasileiros.
Casos assim abrem precedentes para muitas frustrações.
A religião que havia crescido diante da utopia da Nova Era e ainda promete que o Brasil "mandará no mundo" a partir de 2019 (como? com nosso patrimônio entregue aos gringos?) sofre a sua mais grave crise.
Seus membros cada vez mais aparecem associados, com entusiasmo ímpar, a políticos conservadores.
O conteúdo doutrinário é cada vez mais moralista, pregando a conformação com o sofrimento humano.
Seu acervo literário e pictórico, que se dizia vir de autores do além, se comprova fake, sem poder esconder o estilo pessoal de cada paranormal e detalhes que contrariam os respectivos estilos dos mortos.
Essa frustração, é verdade, não é digerida por muitos brasileiros, ainda em estado de choque.
Seria melhor que digerissem e se acostumassem com essa situação.
Se um paranormal foi capaz de deixar que seu evento divulgasse um alimento condenado por nutricionistas e pelos movimentos sociais e, depois, sair de fininho como se nada tivesse a ver com tal decisão, então muita coisa vai rolar.
Paciência. Foi mais fácil para mim aceitar desilusões ainda piores, Já vi muitos "heróis" despencarem de seus antigos "olimpos", sem que isso me significasse trauma algum.
Muitos brasileiros estão em estado de choque ao ver um movimento religioso tão afinado com o cenário político conservador de hoje.
Não se tratam dos habituais evangélicos, nem de personagens como Marco Feliciano, Magno Malta ou Silas Malafaia.
Fala-se de outra religião, tida como espiritualista e vista por muitos como futurista.
Tida como acima de qualquer suspeita, essa religião é muito mal divulgada e muitos nem sabem do que ela realmente se trata.
É uma religião que, em tese, se baseou em ensinamentos de um educador francês, que estudava fenômenos paranormais, mas essa religião se desviou da rota original e se perdeu no caminho.
A tal religião, da forma como é feita no Brasil, reduziu-se a um clone do que havia de velho na Igreja Católica.
Como havia escrito, eu segui essa religião por 28 anos, e abandonei em 2012 por problemas de ordem pessoal.
Depois eu pesquisei os livros originais do educador francês e, comparando o que ele ensinou com o que os brasileiros passaram a seguir, a decepção foi enorme.
Os brasileiros simplesmente traíram o educador francês, correto estava ele em seus ensinamentos.
E, então, eles criaram uma religião diferente, embora usem o nome do referido professor e o bajulem da forma mais cafajeste possível.
Vivemos uma época em que muitas pessoas estão decepcionando a humanidade com vários escândalos revelados.
Tivemos Harvey Weinstein, o produtor de filmes de sucesso de Hollywood, denunciado por assédio sexual e estupro, num precedente que já derrubou muitos "heróis" acusados de crimes similares.
Um desses "heróis", o ator Kevin Spacey, que, além de provocar o fim do seriado em que protagonizou, House of Cards, teve sua participação cortada de um longa-metragem, que terá as cenas gravadas pelo ator substituídas por novas gravações com Christopher Plummer.
Antes dele, o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, foi preso acusado de corrupção e depois solto, mas o suficiente para ser desmoralizado a cair do seu Olimpo moderno.
Parecia ontem que Nuzman era o mestre de cerimônias das Olimpíadas Rio 2016.
Há poucos dias, William Waack foi denunciado por um vídeo em que ele dizia que "buzinar era coisa de preto".
É certo que Waack não era lá uma grande personalidade, mas tinha lá a sua reputação, que foi derrubada pelo vídeo, um escândalo que refletiu até na mídia estrangeira.
Na onda de decepções, houve até o caso da belíssima atriz Allison Mack, de Smallville.
A alemã radicada nos EUA parecia ser sinônimo de garota "tudo de bom". Parecia ter uma personalidade legal, bem humorada, sensível.
Era a moça dos sonhos de um rapaz comum e um possível modelo de girl next door.
Foi assim até surgir uma denúncia de que Allison Mack estava envolvida numa seita que promove orgias sexuais em rituais violentos que incluíam marcações no corpo a ferro, como os fazendeiros fazem com o gado.
Foi uma terrível decepção, mas só não me chocou tanto porque estou acostumado a desilusões na vida. Mas fiquei muito triste com Allison.
Falando em religião, fala-se de um paranormal baiano, orador à moda antiga (e bota antiga nisso) e dublê de ativista social, que ofereceu o evento para homenagear o prefeito de São Paulo, João Dória Jr..
O episódio rendeu uma situação aberrante em dois sentidos.
Um, porque o tal paranormal, considerado por muitos como um "sábio" e que tem dois grandes livros nos quais têm respostas para "todo tipo de assunto", permitiu que um prefeito divulgasse um estranho alimento de valor nutricional desconhecido e duvidoso, porque feito com restos de comida.
O tal alimento, chamado "farinata", causou repercussão bastante negativa. Foi um escândalo de grandes proporções.
Mas o outro sentido foi que o tal paranormal saiu de fininho, beneficiado pelo que os críticos dessa religião já definem como "silêncio total da imprensa".
Há uma polêmica grande sobre o que fez os jornalistas silenciarem sobre o paranormal, anfitrião do lançamento oficial da "ração humana", portanto, alguém que deveria ter grande responsabilidade no caso.
Uns dizem que é porque paranormais desse tipo possuem uma imagem glamourizada, que rende, nas mídias sociais, "memes" com suas frases ilustradas com paisagens bonitas.
Outros porque não conhecem realmente a natureza da religião que esses paranormais representam.
Outros, mais ingênuos, devem achar que o paranormal, de 90 anos, está velho e deve ter sido desinformado das coisas.
Só que não. Até porque o tal paranormal continua fazendo seus discursos e agindo em completa consciência de seus atos.
E há quem diga que, em que pese a fama de "perfeito" atribuída ao paranormal - cujos fãs acreditam que ele, ao morrer, irá direto ao Céu - , ele tentou ser desviado por uma "má intuição".
Além dele, tivemos outro paranormal, um curandeiro de Goiás que é latifundiário e recebeu até a apresentadora Oprah Winfrey quando ela visitou o Brasil.
Tendo feito exames de avaliação após uma cirurgia por câncer, o paranormal goiano visitou Michel Temer quando este realizou uma pequena cirurgia para retirada de um nódulo.
As fotos em si não sugeriam, mas o clima dos dois era de muita cumplicidade, como se o paranormal visse em Michel Temer e seu projeto político-social uma grande afinidade de ideias.
Temer também recebeu outro representante dessa religião, o ator Carlos Vereza, que interpretou, no cinema, um dos figurões pioneiros da seita brasileira.
Vereza é um direitista convicto, com o apetite reacionário que se vê, com as diferenças de contexto, em personalidades como o roqueiro Lobão.
Carlos Vereza também é membro do Instituto Millenium e um dos mais enérgicos críticos ao PT.
E, de repente, também se manifestou homofóbico, ao se encontrar com Michel Temer. Pediu que o presidente se empenhasse contra a ideologia de gênero.
Vereza se queixou que as relações homoafetivas estariam "mudando a biologia do Brasil" e "erotizando e traumatizando as crianças".
Essa religião "espiritualista" também está sendo acusada de apoiar as ditas reformas do governo Temer, como a trabalhista, que tanto prejudicam os trabalhadores brasileiros.
Casos assim abrem precedentes para muitas frustrações.
A religião que havia crescido diante da utopia da Nova Era e ainda promete que o Brasil "mandará no mundo" a partir de 2019 (como? com nosso patrimônio entregue aos gringos?) sofre a sua mais grave crise.
Seus membros cada vez mais aparecem associados, com entusiasmo ímpar, a políticos conservadores.
O conteúdo doutrinário é cada vez mais moralista, pregando a conformação com o sofrimento humano.
Seu acervo literário e pictórico, que se dizia vir de autores do além, se comprova fake, sem poder esconder o estilo pessoal de cada paranormal e detalhes que contrariam os respectivos estilos dos mortos.
Essa frustração, é verdade, não é digerida por muitos brasileiros, ainda em estado de choque.
Seria melhor que digerissem e se acostumassem com essa situação.
Se um paranormal foi capaz de deixar que seu evento divulgasse um alimento condenado por nutricionistas e pelos movimentos sociais e, depois, sair de fininho como se nada tivesse a ver com tal decisão, então muita coisa vai rolar.
Paciência. Foi mais fácil para mim aceitar desilusões ainda piores, Já vi muitos "heróis" despencarem de seus antigos "olimpos", sem que isso me significasse trauma algum.
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