IMAGINE SE A PRAIA DE COPACABANA FOSSE PRIVATIZADA E FECHADA PARA O PÚBLICO?
Os brasileiros médios ficam complacentes com os erros gravíssimos cometidos por pessoas consideradas "importantes".
É o político conservador que pratica um grande esquema de corrupção, desviando grandes somas de dinheiros públicos para as elites político-empresariais.
É o juiz que interpreta as leis de forma leviana ou tendenciosa, camuflando seus equívocos graves com alegações do mais puro juridiquês.
É o empresário que reduz salários e direitos dos trabalhadores porque "não quer ver sua empresa falir".
É o ídolo religioso que comete desonestidades mas se protege por trás de crianças e velhos pobres e se julga "em contato direto com Deus".
É o famoso, não muito a celebridade, mas sobretudo a subcelebridade - em época de mediocridade, até as celebridades soam como subcelebridades - , que se envolve em escândalos que mais parecem divertir do que afligir as pessoas.
De repente, quem é privilegiado pode fazer o que quiser. Até crimes.
Escândalos de gente importante são piada para muita gente.
Isso não deveria ser assim.
Como também não se deve aceitar uma decisão prejudicial às pessoas mediante alegações "técnicas", prestígio tecnocrático e alegações do tipo "são transtornos que trarão benefícios futuros" ou "o povo vai acostumar com o tempo".
Os ônibus com pintura padronizada são um triste exemplo.
O "filhote da ditadura" Jaime Lerner foi endeusado e vendeu a falsa imagem de "progressista" para empurrar a brincadeira de esconder empresa de ônibus com pintura igualzinha.
O resultado vemos: delatores falando horrores da corrupção político-empresarial dos ônibus, seja em Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília etc.
Mas o exemplo mais conhecido são as reformas do governo Michel Temer.
A flexibilização das negociações trabalhistas, em que a determinação legal ficará em segundo plano (maneira de dizer: será totalmente descartada), será um grande desastre.
A retórica tecnocrática diz que a prevalência do negociado pelo legislado irá eliminar a burocracia, aliviar os custos das empresas e permitir a livre negociação entre patrões e empregados.
Isso é o que diz a tão bonita teoria.
A prática, porém, é outra coisa: os patrões passarão a fazer o que quiserem e os empregados terão que escolher entre o ruim e o pior para ficarem no emprego, caso isso seja possível.
Mas há gente que vive nas nuvens porque o tecnocrata diz uma coisa, ainda que a realidade apresente outra, mais desagradável e nociva.
As pessoas ficam vendo o topo da pirâmide social como se fosse um paraíso de sábios.
De forma equivocada, veem os erros da gente "de cima" como se fossem coisas pequenas, falhas eventuais ou mesmo erros ou crimes que tiveram alguma "motivação".
Ah, que percepção um tanto masoquista.
Costuma-se nivelar a natureza humana, no Brasil, pela sordidez, de forma que ser "humano" é ser "sórdido".
As pessoas ficam confusas. Acham que o "olimpo social brasileiro", quanto mais erra, mais se torna "humano". É a falácia do "gente como a gente".
Quer dizer, a situação até piora, porque o privilegiado vive os benefícios que o povo não possui e só se "nivela" às pessoas comuns quando comete algum tipo de erro ou crime.
Tantas alegações moralistas, tecnicistas, religiosas, sobrenaturais, demagógicas, sentimentalistas etc são feitas para justificar os erros dos privilegiados.
Temos um cenário político catastrófico, e as pessoas nem reagem.
Recentemente, a imprensa alemã manifestou preocupação com a passividade do povo brasileiro diante do governo Temer.
Hoje esse governo praticamente não existe mais, porque o que Temer está fazendo é tão somente lutar para permanecer no poder.
Sua impopularidade atingiu 94% segundo a pesquisa Ipsos.
Não há como sair feliz e ir caçar borboletas, como se vê nas ruas de Niterói e Rio de Janeiro, e talvez em outras cidades brasileiras.
A situação é gravíssima. Até as eleições de 2018 podem, de repente, serem canceladas, repetindo 1965, quando a ditadura vetou o pleito e se prolongou por mais duas décadas.
Uma reportagem do jornal Valor, das Organizações Globo, se diz preocupada com o fato de que as eleições de 2018 iriam prejudicar as reformas do governo Temer.
A ideia é definir o evento eleitoral como um mal, o que indica que as elites sonhariam em ver o sucessor de Temer escolhido por via indireta, pelo Congresso Nacional, e não pelo voto popular.
A grande mídia tem até uma desculpa (sempre as desculpas) nas mãos: "dispensar" o cidadão de acordar mais cedo e votar num domingo.
Colunistas da mídia venal poderiam argumentar que, "neste momento urgente", o sucessor fosse escolhido por gente "mais responsável" e "já representante do povo".
Vão criar falácias em torno da "representatividade" só para dizer, mentirosamente, que o povo "será beneficiado" por essa situação.
Desculpas das mais ridículas podem ser adotadas numa roupagem de argumentação "técnica", "objetiva" e de "elevado (sic) nível moral".
Imagine se, numa avalanche de retrocessos que temos, privatizarem as praias do país.
Vão arrumar todo tipo de desculpa: combate à violência, proteção dos cidadãos, custeio de manutenção etc.
Será que as pessoas que, depois de maio de 2016, passaram a caçar borboletas e a dar sorrisos largos por nada, vão aceitar isso?
As reformas do governo Temer e outros retrocessos podem impedir os brasileiros até de usar o WhatsApp do celular.
Afinal, a telefonia cobra taxas caras e os brasileiros não terão esse salário todo mediante esse cenário de desmonte do mercado de trabalho e legalização do "bico".
Alguém vai continuar sorrido se, um dia, ver Copacabana cercada de grades e funcionários pedindo o dinheiro do ingresso?
É isso que se terá se as pessoas continuarem conformadas (ou, quando muito, reclamando pelas costas) com os erros gravíssimos das elites.
O Brasil precisa derrubar esse Olimpo de podridão que está se tornando a plutocracia.
Um bom passo é as pessoas perceberem a gravidade das coisas e, por mais que tenha direito à alegria, hoje não é hora para celebrar a felicidade.
Os brasileiros médios ficam complacentes com os erros gravíssimos cometidos por pessoas consideradas "importantes".
É o político conservador que pratica um grande esquema de corrupção, desviando grandes somas de dinheiros públicos para as elites político-empresariais.
É o juiz que interpreta as leis de forma leviana ou tendenciosa, camuflando seus equívocos graves com alegações do mais puro juridiquês.
É o empresário que reduz salários e direitos dos trabalhadores porque "não quer ver sua empresa falir".
É o ídolo religioso que comete desonestidades mas se protege por trás de crianças e velhos pobres e se julga "em contato direto com Deus".
É o famoso, não muito a celebridade, mas sobretudo a subcelebridade - em época de mediocridade, até as celebridades soam como subcelebridades - , que se envolve em escândalos que mais parecem divertir do que afligir as pessoas.
De repente, quem é privilegiado pode fazer o que quiser. Até crimes.
Escândalos de gente importante são piada para muita gente.
Isso não deveria ser assim.
Como também não se deve aceitar uma decisão prejudicial às pessoas mediante alegações "técnicas", prestígio tecnocrático e alegações do tipo "são transtornos que trarão benefícios futuros" ou "o povo vai acostumar com o tempo".
Os ônibus com pintura padronizada são um triste exemplo.
O "filhote da ditadura" Jaime Lerner foi endeusado e vendeu a falsa imagem de "progressista" para empurrar a brincadeira de esconder empresa de ônibus com pintura igualzinha.
O resultado vemos: delatores falando horrores da corrupção político-empresarial dos ônibus, seja em Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília etc.
Mas o exemplo mais conhecido são as reformas do governo Michel Temer.
A flexibilização das negociações trabalhistas, em que a determinação legal ficará em segundo plano (maneira de dizer: será totalmente descartada), será um grande desastre.
A retórica tecnocrática diz que a prevalência do negociado pelo legislado irá eliminar a burocracia, aliviar os custos das empresas e permitir a livre negociação entre patrões e empregados.
Isso é o que diz a tão bonita teoria.
A prática, porém, é outra coisa: os patrões passarão a fazer o que quiserem e os empregados terão que escolher entre o ruim e o pior para ficarem no emprego, caso isso seja possível.
Mas há gente que vive nas nuvens porque o tecnocrata diz uma coisa, ainda que a realidade apresente outra, mais desagradável e nociva.
As pessoas ficam vendo o topo da pirâmide social como se fosse um paraíso de sábios.
De forma equivocada, veem os erros da gente "de cima" como se fossem coisas pequenas, falhas eventuais ou mesmo erros ou crimes que tiveram alguma "motivação".
Ah, que percepção um tanto masoquista.
Costuma-se nivelar a natureza humana, no Brasil, pela sordidez, de forma que ser "humano" é ser "sórdido".
As pessoas ficam confusas. Acham que o "olimpo social brasileiro", quanto mais erra, mais se torna "humano". É a falácia do "gente como a gente".
Quer dizer, a situação até piora, porque o privilegiado vive os benefícios que o povo não possui e só se "nivela" às pessoas comuns quando comete algum tipo de erro ou crime.
Tantas alegações moralistas, tecnicistas, religiosas, sobrenaturais, demagógicas, sentimentalistas etc são feitas para justificar os erros dos privilegiados.
Temos um cenário político catastrófico, e as pessoas nem reagem.
Recentemente, a imprensa alemã manifestou preocupação com a passividade do povo brasileiro diante do governo Temer.
Hoje esse governo praticamente não existe mais, porque o que Temer está fazendo é tão somente lutar para permanecer no poder.
Sua impopularidade atingiu 94% segundo a pesquisa Ipsos.
Não há como sair feliz e ir caçar borboletas, como se vê nas ruas de Niterói e Rio de Janeiro, e talvez em outras cidades brasileiras.
A situação é gravíssima. Até as eleições de 2018 podem, de repente, serem canceladas, repetindo 1965, quando a ditadura vetou o pleito e se prolongou por mais duas décadas.
Uma reportagem do jornal Valor, das Organizações Globo, se diz preocupada com o fato de que as eleições de 2018 iriam prejudicar as reformas do governo Temer.
A ideia é definir o evento eleitoral como um mal, o que indica que as elites sonhariam em ver o sucessor de Temer escolhido por via indireta, pelo Congresso Nacional, e não pelo voto popular.
A grande mídia tem até uma desculpa (sempre as desculpas) nas mãos: "dispensar" o cidadão de acordar mais cedo e votar num domingo.
Colunistas da mídia venal poderiam argumentar que, "neste momento urgente", o sucessor fosse escolhido por gente "mais responsável" e "já representante do povo".
Vão criar falácias em torno da "representatividade" só para dizer, mentirosamente, que o povo "será beneficiado" por essa situação.
Desculpas das mais ridículas podem ser adotadas numa roupagem de argumentação "técnica", "objetiva" e de "elevado (sic) nível moral".
Imagine se, numa avalanche de retrocessos que temos, privatizarem as praias do país.
Vão arrumar todo tipo de desculpa: combate à violência, proteção dos cidadãos, custeio de manutenção etc.
Será que as pessoas que, depois de maio de 2016, passaram a caçar borboletas e a dar sorrisos largos por nada, vão aceitar isso?
As reformas do governo Temer e outros retrocessos podem impedir os brasileiros até de usar o WhatsApp do celular.
Afinal, a telefonia cobra taxas caras e os brasileiros não terão esse salário todo mediante esse cenário de desmonte do mercado de trabalho e legalização do "bico".
Alguém vai continuar sorrido se, um dia, ver Copacabana cercada de grades e funcionários pedindo o dinheiro do ingresso?
É isso que se terá se as pessoas continuarem conformadas (ou, quando muito, reclamando pelas costas) com os erros gravíssimos das elites.
O Brasil precisa derrubar esse Olimpo de podridão que está se tornando a plutocracia.
Um bom passo é as pessoas perceberem a gravidade das coisas e, por mais que tenha direito à alegria, hoje não é hora para celebrar a felicidade.
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