A PINTORA MEXICANA FRIDA KAHLO, LEMBRADA NOS 110 ANOS DE SEU NASCIMENTO.
Considero a mitologia pop totalitária e hipócrita.
A ideia de que "tudo é pop", até mesmo urinar num banheiro público, é constrangedora.
O apetite voraz da "cultura pop" em acolher até o ativismo sócio-político é assustador.
O pop é uma espécie de aspirador de pó do imaginário humano.
Tenta acolher tudo e dar a impressão de que pop é o "tudo do tudo do tudo".
Acaba sendo sinônimo de "nada".
O pop é, na verdade, a mercantilização da vida humana, tudo que é considerado "positivo", "alegre" e "legal" se torna mercadoria.
O Brasil não consegue entender as armadilhas da indústria pop.
Vê o pop como um disco voador que parece lindo de se ver e que promete a libertação da humanidade.
Neste sentido, a Tropicália foi muito ingênua em relação à indústria cultural e imagina que o mercadão pop estadunidense é um paraíso de anjos.
Depois de perder seu impacto provocador e virar mainstream, o Tropicalismo passou a acolher a breguice cultural, através do dueto entre Caetano Veloso e Odair José.
A "cultura" brega é uma tradução, com o ranço provinciano, atrasado e matuto, do hit-parade estadunidense e seu mercado predatório e cruel.
Mas o brega passou a ser blindado pela intelectualidade "bacana" que tentou vendê-lo sob a falsa imagem de "movimento libertário".
Superestimou lateralidades comportamentais ligadas à liberdade sexual e racial na agenda temática das esquerdas.
Como se não existisse LGBT, negritude ou periferia na agenda direitista.
A intelectualidade "bacana" ficou vermelha, não de esquerdismo, mas de vergonha, ao ver que seus "heróis" manifestavam direitismo.
Zezé di Camargo, Joelma, Waldick Soriano, MC Guimê, Bruno & Marrone, mostraram de uma forma ou outra seu reacionarismo ou sua acomodação ante o poder midiático.
Mas se os funqueiros comparecem até no programa do Danilo Gentili, que "reforma agrária da MPB" esperaremos deles?
Ou que feminismo vamos esperar das siliconadas que fazem o papel subserviente de "brinquedos sexuais" para os internautas machões das mídias sociais?
Não se compreende que até feminismo e negritude podem virar mercadoria.
O discurso intelectual acaba criando revolução socialista em copo d'água.
Guevariza-se até o aumento de silicone nos glúteos das "musas" que "mostram demais".
E tudo isso achando que o imaginário pop, ou, na sua forma matuta, o imaginário brega, é um primor de sabedoria, liberdade e amplitude de informações.
Não, não é.
As elites intelectuais e festivas, com seu "bom" etnocentrismo, achavam que o "funk" saca de modernismo cultural, pop art, pós-punk etc.
De jeito nenhum. Tudo isso é fachada para um desfile de imagens e palavras arrojadas cujo significado seus apreciadores desconhecem.
Afinal, alguém mesmo sabe quem foi a pintora Frida Kahlo, que faria 110 anos hoje?
Não sou um entendedor da vida e obra da pintora, mas observo o superficialismo do imaginário pop quando se lembra dela, conhecida apenas pelas sobrancelhas grossas e pelo visual arrojado.
Não se conhece Oswald de Andrade, Andy Wahrol, Elvis Presley, Marilyn Monroe etc, a não ser pelas imagens e dados genéricos.
É uma sociedade que se acostumou a ver o Big Brother de 1984, de George Orwell, transformado num estereótipo positivo de um programa de reality show com este nome.
É uma sociedade que confunde cultura e entretenimento, que não vê diferença entre o Fórum Social Mundial e a São Paulo Fashion Week.
É uma sociedade que, portanto, vai com a mesma passividade bovina a um evento de exposições de Auguste Rodin e a uma mostra dos midiáticos Romero Brito e Vik Muniz.
E que não vê diferença entre Disneylândia e Woodstock.
Esse superficialismo que está por trás da máscara de "hipersabedoria" do imaginário pop prova o quanto o pop é totalitário e, acolhendo tudo de tudo, esvazia seu sentido e sua essência.
O pop extermina aquilo que Walter Benjamin denominava a "aura" da obra de arte.
Tudo vira mercadoria e se banaliza, e as pessoas se submetem a esse circo da banalização e do consumismo.
Ficamos imaginando as mídias sociais publicando postagens sobre os 110 anos de Frida Kahlo sem que os internautas soubessem realmente quem foi ela e o que ela significou para a arte.
O pop apenas finge que sabe de tudo.
Reduzindo tudo a uma mercadoria, ele na verdade promove o emburrecimento através de uma forma lúdica de overdose de informação, a sobrecarga de dados que prejudica o conhecimento da realidade.
Considero a mitologia pop totalitária e hipócrita.
A ideia de que "tudo é pop", até mesmo urinar num banheiro público, é constrangedora.
O apetite voraz da "cultura pop" em acolher até o ativismo sócio-político é assustador.
O pop é uma espécie de aspirador de pó do imaginário humano.
Tenta acolher tudo e dar a impressão de que pop é o "tudo do tudo do tudo".
Acaba sendo sinônimo de "nada".
O pop é, na verdade, a mercantilização da vida humana, tudo que é considerado "positivo", "alegre" e "legal" se torna mercadoria.
O Brasil não consegue entender as armadilhas da indústria pop.
Vê o pop como um disco voador que parece lindo de se ver e que promete a libertação da humanidade.
Neste sentido, a Tropicália foi muito ingênua em relação à indústria cultural e imagina que o mercadão pop estadunidense é um paraíso de anjos.
Depois de perder seu impacto provocador e virar mainstream, o Tropicalismo passou a acolher a breguice cultural, através do dueto entre Caetano Veloso e Odair José.
A "cultura" brega é uma tradução, com o ranço provinciano, atrasado e matuto, do hit-parade estadunidense e seu mercado predatório e cruel.
Mas o brega passou a ser blindado pela intelectualidade "bacana" que tentou vendê-lo sob a falsa imagem de "movimento libertário".
Superestimou lateralidades comportamentais ligadas à liberdade sexual e racial na agenda temática das esquerdas.
Como se não existisse LGBT, negritude ou periferia na agenda direitista.
A intelectualidade "bacana" ficou vermelha, não de esquerdismo, mas de vergonha, ao ver que seus "heróis" manifestavam direitismo.
Zezé di Camargo, Joelma, Waldick Soriano, MC Guimê, Bruno & Marrone, mostraram de uma forma ou outra seu reacionarismo ou sua acomodação ante o poder midiático.
Mas se os funqueiros comparecem até no programa do Danilo Gentili, que "reforma agrária da MPB" esperaremos deles?
Ou que feminismo vamos esperar das siliconadas que fazem o papel subserviente de "brinquedos sexuais" para os internautas machões das mídias sociais?
Não se compreende que até feminismo e negritude podem virar mercadoria.
O discurso intelectual acaba criando revolução socialista em copo d'água.
Guevariza-se até o aumento de silicone nos glúteos das "musas" que "mostram demais".
E tudo isso achando que o imaginário pop, ou, na sua forma matuta, o imaginário brega, é um primor de sabedoria, liberdade e amplitude de informações.
Não, não é.
As elites intelectuais e festivas, com seu "bom" etnocentrismo, achavam que o "funk" saca de modernismo cultural, pop art, pós-punk etc.
De jeito nenhum. Tudo isso é fachada para um desfile de imagens e palavras arrojadas cujo significado seus apreciadores desconhecem.
Afinal, alguém mesmo sabe quem foi a pintora Frida Kahlo, que faria 110 anos hoje?
Não sou um entendedor da vida e obra da pintora, mas observo o superficialismo do imaginário pop quando se lembra dela, conhecida apenas pelas sobrancelhas grossas e pelo visual arrojado.
Não se conhece Oswald de Andrade, Andy Wahrol, Elvis Presley, Marilyn Monroe etc, a não ser pelas imagens e dados genéricos.
É uma sociedade que se acostumou a ver o Big Brother de 1984, de George Orwell, transformado num estereótipo positivo de um programa de reality show com este nome.
É uma sociedade que confunde cultura e entretenimento, que não vê diferença entre o Fórum Social Mundial e a São Paulo Fashion Week.
É uma sociedade que, portanto, vai com a mesma passividade bovina a um evento de exposições de Auguste Rodin e a uma mostra dos midiáticos Romero Brito e Vik Muniz.
E que não vê diferença entre Disneylândia e Woodstock.
Esse superficialismo que está por trás da máscara de "hipersabedoria" do imaginário pop prova o quanto o pop é totalitário e, acolhendo tudo de tudo, esvazia seu sentido e sua essência.
O pop extermina aquilo que Walter Benjamin denominava a "aura" da obra de arte.
Tudo vira mercadoria e se banaliza, e as pessoas se submetem a esse circo da banalização e do consumismo.
Ficamos imaginando as mídias sociais publicando postagens sobre os 110 anos de Frida Kahlo sem que os internautas soubessem realmente quem foi ela e o que ela significou para a arte.
O pop apenas finge que sabe de tudo.
Reduzindo tudo a uma mercadoria, ele na verdade promove o emburrecimento através de uma forma lúdica de overdose de informação, a sobrecarga de dados que prejudica o conhecimento da realidade.
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