Quem não se limita a procurar notícias pelo mundo da fantasia da mídia plutocrática, deveria pensar duas vezes antes de sorrir feito um sonhador.
O Brasil está sofrendo um período muito frágil, quando os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, vivem a sua mais aguda crise.
O mesmo em relação ao quarto poder, a mídia, que demonstra furar a fila hierárquica e se comportar como o primeiro dos quatro poderes, praticamente trocando de posição com o Executivo.
A prisão de Eduardo Cunha não é o final de uma era de corrupção política, e nem é o preparativo para a "tão esperada" prisão de Lula.
E nem é uma prova de (suposta) imparcialidade do juiz midiático Sérgio Moro, que mais lembra um tira de Hollywood com feições faciais de Superman.
A prisão de Eduardo Cunha é apenas um jogo político.
Mais parece uma peça retirada do xadrez político, um bispo, por exemplo, para que o competidor que sacrificou sua peça possa fazer xeque ao rei adversário.
A prisão tem por vantagem afastar o prepotente político, acusado de inúmeros escândalos de corrupção, do cenário sócio-político.
Mesmo assim, não deixa o Brasil politicamente mais seguro.
Na verdade, a fragilidade política que o Brasil vive desde que Michel Temer assumiu o poder continua, para tristeza dos que veem o Jornal Nacional e acreditam que o país está mesmo melhorando.
A votação da PEC 241, segundo o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), continua garantida, com enormes chances de êxito.
Será a grande tragédia nacional, por mais que a mídia venal tente argumentar o contrário.
Ninguém percebeu que os argumentos "técnicos" a favor da PEC do Teto, são muito confusos, vagos e contraditórios.
Cria-se um "rodeio" argumentativo para dizer que o limite de gastos públicos não é um corte nos investimentos.
Nada é claro, e o brasileiro médio leva gato por lebre, diante do aparente otimismo com a "peque".
Será apenas uma legalização do descaso público que já é feito pelas autoridades de maneira intensa desde a ditadura militar.
Professores e médicos da rede pública com salários precários e atrasados, hospitais funcionando mal em todos os aspectos, escolas paradas, anos letivos comprometidos.
Todas essas barbaridades, que parecem "normais" para a sociedade, se agravarão com a PEC 241, a "menina dos olhos" do governo temeroso.
E Temer está cercado de gente envolvida em escândalos de corrupção. Até porque ele mesmo também está envolvido.
Cunha pretende negociar a delação premiada, mas Sérgio Moro parece que não irá aceitar.
Ele parece querer limitar as delações premiadas, para evitar comprometimentos de políticos influentes do PMDB e PSDB.
Ele precisou prender Cunha apenas para negar a falta de firmeza e a parcialidade, embora estes vacilos tenham sido comprovados por parte do juiz paranaense.
De qualquer maneira, a situação do Brasil não é motivo para festa.
É motivo de muita apreensão.
A PEC 241 atingirá não só as classes populares, mas também a classe média, prejudicando até boa parte dos "indignados" que foram para as ruas pedir o "Fora Dilma".
O Brasil é muito complexo para que se estabeleçam restrição de investimentos públicos.
E isso quando Temer, que adora fazer doações milionárias para seus aliados da política, da Justiça e da mídia, realizou um jantar caríssimo só para pedir apoio à "peque".
Temer gasta demais para agradar e favorecer os ricos.
E ainda há as tenebrosas reformas da Previdência e do Trabalho e a venda das reservas de petróleo para estrangeiros, principalmente o pré-sal.
Menos dinheiro nas mãos do povo brasileiro.
Daí que o Brasil, com Temer, se encontra extremamente enfraquecido e inseguro como nação.
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