Um governo de faz-de-conta simula um falso progresso econômico para o Brasil.
Michel Temer viajou para Tóquio depois de anunciar uma redução pequena nos preços dos combustíveis, que não trará reflexos profundos na economia.
A mídia associada está zen. Até parece que um perfume de flores contagia as redações da Globo News, por exemplo.
Tudo de repente parece maravilhoso. Temer como um garoto-propaganda da plutocracia, nos contatos com autoridades e investidores estrangeiros.
No encontro de cúpula dos BRICS, várias autoridades viam o presidente brasileiro com apreensão.
Sua ênfase no setor financeiro e suas ideias conservadoras demonstram um grande distanciamento do presidente em relação aos interesses e necessidades das classes populares.
Temer, como presidente sem voto, representado apenas pelos 428 votos do impeachment que tirou Dilma Rousseff do poder, 367 da Câmara dos Deputados e 61 do Senado Federal, não tem o menor carisma popular.
Ele apenas forja um falso carisma, pelo menos dentro do faz-de-conta da mídia associada, já que a mídia venal cria ficção em tudo relacionado ao Brasil.
Temer, já em Tóquio, desmentiu as acusações que delatores da Odebrecht de que vários ministros e aliados do presidente temeroso teriam recebido propinas.
Havia ministros como Leonardo Picciani, de rica família carioca, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima, a parlamentares como o senador Romero Jucá.
Temer disse que as acusações são "apenas alegações".
Ele se esqueceu do escândalo que uma conversa gravada entre Jucá e o ex-senador e ex-presidente da Transpetro (subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado, tiveram meses atrás.
Os dois estavam nervosos, queriam afastar Dilma Rousseff do poder porque ela queria que a Operação Lava-Jato avançasse suas investigações sobre o envolvimento de políticos do PMDB e PSDB.
A conversa deu fortes indícios do medo dos políticos do PMDB e PSDB serem pegos e condenados. Um medo de que provas viessem à tona, derrubando os que hoje estão no poder.
O próprio Temer teve comparações fortes ao hoje cassado Eduardo Cunha. "Temer é Cunha, Cunha é Temer", disseram os interlocutores. E Aécio era considerado o tucano mais encrencado no esquema de corrupção.
Alegações?
Agora tudo isso parece "mudado" e os detentores do poder de hoje têm uma imagem mais "limpa" e "podada". A mídia venal ajuda muito.
Só que tudo isso é apenas ficção, um otimismo fora da realidade.
No lado de cá, dos brasileiros comuns, o que existe é a ameaça de um colapso geral no Brasil, com efeitos trágicos, com a PEC 241 e as temerosas reformas.
Temer governa o país, e um temor de algo pior domina os brasileiros.
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