A mídia patronal está explicitamente torcendo para a vitória da PEC 241.
A PEC do Teto, na verdade, a PEC da Catástrofe, será uma cicatriz da ferida sangrenta que se fará na Constituição Federal, num presente amargo dado aos seus 28 anos, completos no último dia 05.
A medida, que congelará gastos públicos por 20 anos e não permitirá aumentos acima da inflação, é comemorado pela plutocracia como a "chave para o crescimento econômico".
Claro que isso é incoerente, afinal que corte de investimentos representará crescimento econômico, principalmente em setores complexos como Educação, Saúde e Assistência Social?
A mídia venal, praticante do "jeitinho brasileiro", tem um argumento na ponta da língua para convencer os incautos.
Diz que o corte de gastos irá "evitar excessos" e "inibir a corrupção".
Grande lorota. O que vai ocorrer é que o setor público ficará mais pauperizado, por mais que Temer faça concessões aqui e ali.
Provavelmente esperando que a imprensa dominante lhe apresente hospitais com problemas sérios de atendimento e outras irregularidades.
Se o Fantástico da Rede Globo mostrar uma longa reportagem sobre hospitais deficitários no interior de Minas Gerais, tudo bem.
Temer anuncia um investimento extra e tudo fica resolvido.
Ele só age assim, quando há alguma pressão forte. E mesmo assim, de maneira limitada.
Até porque o teto será usado sob o pretexto de conter a dívida pública.
Mas o que será feito para conter o excedente de demanda da Educação, Saúde e Assistência Social?
Como o governo Temer segue uma pauta ultraconservadora, como se fosse um governo Geisel andando para trás, a solução não poderia ser outra: iniciativa privada.
Temer quer privatizar tudo o que ele achar possível.
Seu ministro da Educação, José Mendonça Filho, já fala em admitir que universidades públicas cobrem mensalidades.
Para eles, tudo bem, vai ser uma "higienização" dos campi universitários.
E os planos de saúde poderão incluir em suas mensalidades a renovação da coleção de paletós dos médicos de nome, e os vestidos de gala de suas esposas.
E a Previdência Social, privatizada, dará pouco do que cobrou, em taxas, dos futuros aposentados.
A dívida pública continuará, na prática, e será maior em dimensões incontáveis.
O problema é que, com a determinação do teto de gastos públicos, o governo Temer negará a responsabilidade pela dívida social que causar com a "peque".
E aí, vai ocorrer o que o anedotário registrou de um depoimento do general Emílio Médici: "O Brasil vai bem, mas o povo vai mal". Isso se repetirá no Brasil temeroso.
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