ANA JÚLIA RIBEIRO, A QUARTA DA ESQUERDA NA FOTO.
Existem estudantes e estudantes. Os que são progressistas e os que são reacionários.
Nem todo jovem é progressista e, ultimamente, a ação dos midiotas que praticavam trolagem e cyberbullying nos últimos dez anos mostrou o quanto há gente ultraconservadora escondida em corpos juvenis e vocabulário coloquial demais e até chulo.
Gente que age como se fossem punks, gracejando e soltando palavrões, mas em prol de causas que seriam muito mais típicas de adultos reacionários.
Isso derrubou o antigo maniqueísmo que os jovens eram sempre vanguarda e os velhos, retaguarda.
A sociedade é muito complexa para criarmos maniqueísmo entre novos e velhos. Mas isso não é o foco desta postagem.
O que se quer comentar é sobre as ocupações de escolas em várias partes do país, principalmente na cidade de Curitiba, que se mostrou abertamente reacionária nos últimos anos.
Na última semana, destacou-se um discurso de uma jovem estudante, Ana Júlia Ribeiro, secundarista da capital paranaense, na Assembleia Legislativa do Paraná.
A menina tem 16 anos e se define como apartidária, e apenas explicou os motivos da ocupação escolar.
O discurso, emocionado, veio depois de ter ocorrido uma morte em uma escola ocupada, a de Lucas Eduardo Araújo Mota, assassinado por motivo alheio ao das manifestações estudantis.
Ana Júlia citou o rapaz, e pediu para que a reforma educacional fosse discutida pela sociedade.
Ela se manifestou contra a Escola Sem Partido, a reforma do Ensino Médio do governo Temer e a PEC 241, a PEC do Teto, que pretende limitar gastos públicos, incluindo os da Educação.
Ela afirmou que aprendeu mais sobre política com as ocupações do que com o que ela espera aprender em breve em sala de aula.
Ela definiu a Escola Sem Partido como um insulto e a classificou como humilhante, e afirmou que a PEC 241 é uma afronta à Constituição cidadã de 1988.
MANIFESTANTES DO MBL EM CURITIBA PEDIRAM O FIM DAS OCUPAÇÕES.
O discurso humanista de Ana Júlia Ribeiro se destacou pela declaração da estudante de que as mãos dos deputados estão "manchadas com o sangue de Lucas".
Afinal, Lucas é um retrato da omissão familiar que o fez sucumbir às drogas e perder a vida depois de brigar com um colega.
Em muitos casos de filhos drogados, há a omissão familiar que, por sua vez, é também afetada pelas injustiças econômicas como as que o governo Temer pretende acentuar.
Ana Júlia estava nervosa e visivelmente emocionada, mas surpreendeu pela contundente lucidez.
Muito diferente dos manifestantes do Movimento Brasil Livre, recentemente promovidos a garotos-propaganda da "Ponte para o Futuro", a pinguela para o passado do Plano Temer.
O MBL realizou uma passeata em Curitiba pedindo a desocupação de escolas na cidade.
A desculpa era de que a ocupação era "abusiva" e as escolas deveriam ter sido liberadas para as votações eleitorais, na capital paranaense que ficou no segundo turno da disputa para a Prefeitura.
O MBL diz "apoiar as manifestações", mas não as ocupações de escolas.
Usam a morte de Lucas como uma desculpa de que as ocupações estariam "indo longe demais".
O MBL deveria mudar seu nome para "Movimento Me Livre do Brasil".
E ele mostra a "evolução" da juventude de direita que há pelo menos 15 anos se escondia nas mídias sociais.
Até uns dez anos atrás, mais ou menos, o direitismo deles era apenas voltado para assuntos culturais e comportamentais.
Politicamente, fingiram ser esquerdistas porque, na época, era feio ser jovem e direitista ao mesmo tempo.
E, como os jovens reaças tinham baixa visibilidade, apesar de aglutinar cerca de quinze ou vinte pessoas para praticar trolagem ou cyberbullying, eles tinham que conquistar até petistas.
A ideia era obter apoio dos mais diversos grupos ideológicos, sobretudo no Orkut e Facebook.
Você via perfil de valentão ultrarreacionário no Orkut se autodefinindo como "esquerda-liberal" (equivalente a centro-esquerda).
Mas depois eles saíram do armário e montaram grupos como o MBL, Revoltados On Line, Juntos pelo Brasil, Vem Pra Rua, Acorda Brasil, Endireita Brasil e outros.
Fazem passeatas defendendo Jair Bolsonaro e Donald Trump, dez anos depois de fingir que eram contra o Imperialismo, o FMI e a Rede Globo.
Obtendo a popularidade necessária nas mídias sociais, eles tentam ser a regra, num contexto da sociedade reacionária que cerca o presidente Temer.
Mas é a voz de Ana Júlia Ribeiro que representa melhor um Brasil verdadeiro, ultimamente maltratado do mercado, pela mídia, pela política e até pelo Judiciário.
Triste o Brasil não poder mais ter o direito de ser Brasil.
Existem estudantes e estudantes. Os que são progressistas e os que são reacionários.
Nem todo jovem é progressista e, ultimamente, a ação dos midiotas que praticavam trolagem e cyberbullying nos últimos dez anos mostrou o quanto há gente ultraconservadora escondida em corpos juvenis e vocabulário coloquial demais e até chulo.
Gente que age como se fossem punks, gracejando e soltando palavrões, mas em prol de causas que seriam muito mais típicas de adultos reacionários.
Isso derrubou o antigo maniqueísmo que os jovens eram sempre vanguarda e os velhos, retaguarda.
A sociedade é muito complexa para criarmos maniqueísmo entre novos e velhos. Mas isso não é o foco desta postagem.
O que se quer comentar é sobre as ocupações de escolas em várias partes do país, principalmente na cidade de Curitiba, que se mostrou abertamente reacionária nos últimos anos.
Na última semana, destacou-se um discurso de uma jovem estudante, Ana Júlia Ribeiro, secundarista da capital paranaense, na Assembleia Legislativa do Paraná.
A menina tem 16 anos e se define como apartidária, e apenas explicou os motivos da ocupação escolar.
O discurso, emocionado, veio depois de ter ocorrido uma morte em uma escola ocupada, a de Lucas Eduardo Araújo Mota, assassinado por motivo alheio ao das manifestações estudantis.
Ana Júlia citou o rapaz, e pediu para que a reforma educacional fosse discutida pela sociedade.
Ela se manifestou contra a Escola Sem Partido, a reforma do Ensino Médio do governo Temer e a PEC 241, a PEC do Teto, que pretende limitar gastos públicos, incluindo os da Educação.
Ela afirmou que aprendeu mais sobre política com as ocupações do que com o que ela espera aprender em breve em sala de aula.
MANIFESTANTES DO MBL EM CURITIBA PEDIRAM O FIM DAS OCUPAÇÕES.
O discurso humanista de Ana Júlia Ribeiro se destacou pela declaração da estudante de que as mãos dos deputados estão "manchadas com o sangue de Lucas".
Afinal, Lucas é um retrato da omissão familiar que o fez sucumbir às drogas e perder a vida depois de brigar com um colega.
Em muitos casos de filhos drogados, há a omissão familiar que, por sua vez, é também afetada pelas injustiças econômicas como as que o governo Temer pretende acentuar.
Ana Júlia estava nervosa e visivelmente emocionada, mas surpreendeu pela contundente lucidez.
Muito diferente dos manifestantes do Movimento Brasil Livre, recentemente promovidos a garotos-propaganda da "Ponte para o Futuro", a pinguela para o passado do Plano Temer.
O MBL realizou uma passeata em Curitiba pedindo a desocupação de escolas na cidade.
A desculpa era de que a ocupação era "abusiva" e as escolas deveriam ter sido liberadas para as votações eleitorais, na capital paranaense que ficou no segundo turno da disputa para a Prefeitura.
O MBL diz "apoiar as manifestações", mas não as ocupações de escolas.
Usam a morte de Lucas como uma desculpa de que as ocupações estariam "indo longe demais".
O MBL deveria mudar seu nome para "Movimento Me Livre do Brasil".
E ele mostra a "evolução" da juventude de direita que há pelo menos 15 anos se escondia nas mídias sociais.
Até uns dez anos atrás, mais ou menos, o direitismo deles era apenas voltado para assuntos culturais e comportamentais.
Politicamente, fingiram ser esquerdistas porque, na época, era feio ser jovem e direitista ao mesmo tempo.
E, como os jovens reaças tinham baixa visibilidade, apesar de aglutinar cerca de quinze ou vinte pessoas para praticar trolagem ou cyberbullying, eles tinham que conquistar até petistas.
A ideia era obter apoio dos mais diversos grupos ideológicos, sobretudo no Orkut e Facebook.
Você via perfil de valentão ultrarreacionário no Orkut se autodefinindo como "esquerda-liberal" (equivalente a centro-esquerda).
Mas depois eles saíram do armário e montaram grupos como o MBL, Revoltados On Line, Juntos pelo Brasil, Vem Pra Rua, Acorda Brasil, Endireita Brasil e outros.
Fazem passeatas defendendo Jair Bolsonaro e Donald Trump, dez anos depois de fingir que eram contra o Imperialismo, o FMI e a Rede Globo.
Obtendo a popularidade necessária nas mídias sociais, eles tentam ser a regra, num contexto da sociedade reacionária que cerca o presidente Temer.
Mas é a voz de Ana Júlia Ribeiro que representa melhor um Brasil verdadeiro, ultimamente maltratado do mercado, pela mídia, pela política e até pelo Judiciário.
Triste o Brasil não poder mais ter o direito de ser Brasil.
Comentários
Postar um comentário