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Mostrando postagens de maio, 2015

HUMORÍSTICO ZORRA PROTESTA CONTRA ÔNIBUS DE PINTURA PADRONIZADA NO RJ

O sistema de ônibus do Rio de Janeiro segue um modelo antipopular com ônibus com pintura padronizada, dupla função motorista-cobrador e linhas esquartejadas para "alimentar" o sistema BRT. Apesar do aparente silêncio da mídia, protestos acontecem até mesmo na forma do humorismo. É o que se viu no programa Zorra, de ontem, na Rede Globo. Uma esquete rápida sobre ônibus mostra o quanto o modelo implantado em 2010 é impopular e fracassado, e isso numa época em que as autoridades já pensam em cassar a Transportes Padre Miguel, única empresa carioca que não adotou o "fardão da Prefeitura". Um ônibus chega ao ponto de embarque. Foi usado um veículo piso-baixo da Transportes São Silvestre, que usa o fardão do consórcio Intersul, exatamente o carro A37505. Na janela junto à porta dianteira, foram coladas letras em fonte Impact indicando a palavra "Bangu". E é aí que conta o tom da piada. Sabe-se que o consórcio Intersul envolve o Centro, a Tijuca e a Zona

O MERCADÃO LITERÁRIO ANDA CHEIO DE SUPÉRFLUOS

SE JÁ TEM LIVRO SOBRE JOHN E SEU CACHORRINHO GEORGE, SÓ FALTA LIVRO DE UM PAUL COM SEU CACHORRINHO RINGO. SEMPRE OS NOMES DE MÚSICOS! Infelizmente, o mercado literário é dominado por livros supérfluos. Na pós-modernidade bovina em que vivemos, as pessoas que não eram habituadas a ler livros não poderiam mesmo ir fundo a obras substanciais, se limitando a ler obras de preferência inócuas. Hoje vemos uma avalanche de frivolidades literárias que ocupam as listas dos livros mais vendidos, desde "auto-ajudas" que só ajudam seus próprios autores até livros sobre vampiros e diários pessoais de "patricinhas" falando de bobagens cotidianas. De repente, a moda agora são livros sobre cachorros que têm nomes de músicos. Claro, temos aqueles filmes comerciais com cachorro chamado Beethoven, que na verdade era da espécie sheepdog , popularmente conhecida como "raça São Bernardo". Mas aí veio o tal Marley e, mais recentemente, um livro sobre John e George que n

PRISÃO DE DIRIGENTE ESPORTIVO IMPULSIONA CAMPANHA ANTI-BLATTER

A prisão, ontem, do dirigente esportivo José Maria Marin, que meses atrás era presidente da Confederação Brasileira de Futebol, gerou um impacto devastador na cúpula dos dirigentes esportivos brasileiros e os internacionais associados. Quem leu os livros Jogo Sujo (Foul!) e Um Jogo Cada Vez Mais Sujo , do jornalista escocês Andrew Jennings, e O Lado Sujo do Futebol , de Amauri Ribeiro Jr., Luiz Carlos Azenha, Leandro Cipoloni e Tony Chastinet, não se surpreende com a prisão de Marin e outros seis "cartolas" (como são conhecidos os dirigentes esportivos), mas até sente um alívio. Já quem não conhece os bastidores do futebol - abafados pelo tendenciosismo noticioso da maioria da imprensa esportiva - e fica achando que o esporte só vive de jogadores e torcedores, sentirá um certo abalo emocional, mesmo quando sente uma pequena aversão pelos "cartolas". Isso porque há uma certa apreensão em ver o espetáculo do futebol se desmoronar. Os livros contam horrores s

JORNALISMO CULTURAL HOJE VIVE ATRELADO AO ESQUEMÃO

Você consulta blogues de críticos musicais, colunas sobre cultura na Internet e revistas musicais e há uma aparente unanimidade dos críticos sobre a suposta genialidade do rock brasileiro pós-1995 que passou a pipocar por aí e que promete voltar a ser modismo através do programa Superstar. De repente, a cada semana um crítico anuncia a próxima salvação do planeta, e são os mesmos comentários sobre a banda em questão: numa semana é o Malta, noutra é o Suricato, noutra é o Scalene, noutra é o Supercombo, mas num meio caminho até a banda do funqueiro Mr. Catra vira a "maior banda de todos os tempos da última semana". Ou um Tianastácia de uns 15 anos atrás. Você lê maravilhas sobre as bandas, e as referências que elas citam tem de tudo: krautrock (progressivo alemão), King Crimson, Stiff Little Fingers, Superchunk, Smiths, Velvet Underground, Jesus and Mary Chain e até as "saudades eternas" da Legião Urbana. No entanto, o que se ouve no som é algo aquém. É o me

POR QUE A 89 FM E A RÁDIO CIDADE NÃO ROMPERAM O RECORDE DA FLUMINENSE FM DE LANÇAR UMA CENA DE ROCK BRASIL?

A realidade anda surreal e, o que é pior, não podemos reclamar dela sem irritar a "patrulha do estabelecido" (espécie de "Reinaldo Azevedo do amanhã") que toma conta das mídias sociais. Principalmente os pitbulls  que defendem as rádios 89 FM e Rádio Cidade. O que se observa nas duas rádios é que elas retomaram tudo o que elas tinham de pior em 2006 e que as "queimou" na opinião pública, com programas de piadinhas nada roqueiras, resenhas esportivas nada roqueiras e game shows nada roqueiros, e o hit-parade roqueiro ficou ainda mais fechado do que antes. A 89 FM, paulista, retomou sua trajetória no final de 2012 e a Rádio Cidade, carioca, retomou no fim do primeiro trimestre de 2014, mas até agora elas não conseguiram sequer se aproximar do recorde que a Fluminense FM teve de lançar uma cena de Rock Brasil, consistente e visceral, com apenas seis meses de transmissão? A 89 está há uns dois anos e meio, a Cidade há pouco mais de um ano, e tudo o

NO BRASIL, CELEBRA-SE O DIA DO NERD SEM ORGULHO

Dia do Orgulho Nerd? Que orgulho, se no Brasil o nerd é mais nerd e tão nerd que não pode mais ser conhecido como esse nome. Somos uma "tribo sem nome", porque os bullies roubaram o rótulo. Não bastasse ser solitário, humilhado, discriminado, o nerd não pode sequer ser definido como nerd. Brasil, reduto do mascaramento ideológico, que faz com que pessoas retrógradas sempre arrumem algum rótulo "mais moderno" para impressionar os outros, fica difícil acreditar nessa "cultura nerd" que é transmitida pelo baronato midiático. Claro, os barões da mídia fazem o que querem com o país, criando uma "realidade" que nada tem a ver com a realidade. Depois deles, são as "patrulhas do estabelecido" que existem nas mídias sociais, espécie de "Reinaldos Azevedos do amanhã" que espalham terror e caos nesses ambientes digitais. Se hoje qualquer hobby vira pretexto para uma parcela de seus adeptos combinar peleguismo e corporativismo,

A SITUAÇÃO SURREAL DAS MUSAS DO UFC

Quando a gente já acha que encarou tantos absurdos na vida, eles se multiplicam e fazem com que nossa realidade seja muito, muito difícil de entender. Há certas situações cujo aspecto surreal nos desafia na nossa busca por uma compreensão mais objetiva e coerente. Pois vejam o caso das "musas do UFC", sabendo que UFC é um tipo de campeonato (Ultimate Fighting Champeonship) e a modalidade dita "esportiva" é o MMA, na verdade uma mistura de várias lutas marciais. E as "musas" em questão tanto podem ser lutadoras quanto assistentes de palco. Feita essa explicação para leigos, vamos para a análise. Pois entrevistas recentes da lutadora Ronda Rousey e da assistente de palco Arianny Celeste, aparentemente duas das "mais cobiçadas" mulheres do mundo, reforçam a situação bastante surreal que envolve as duas na Internet. Aparentemente, as duas são "sinônimo de perfeição" num meio de mulheres famosas em que até a morena sexy e escultural

"AEMÃO" AUMENTA CRISE DO RÁDIO FM NO BRASIL

O que há em comum o fim da Rádio Eldorado AM, de São Paulo, a extinção da gaúcha Ipanema FM e os dez anos da Band News Fluminense FM? Todos eles expressam a aparente ascensão da "Aemização das FMs", que na verdade esconde uma decadência e uma crise que a tagarelização da Frequência Modulada não consegue mais desmentir. Durante muito tempo acreditávamos na promessa milagrosa de que um rádio FM mais tagarela eliminaria o jabaculê, tornaria o rádio mais cidadão e faria os ouvintes ficarem mais intelectualizados. Mesmo a ideia de "overdose de informação", que os mais conceituados intelectuais viam como um sério problema há mais de 25 anos, ainda era vista, até pouco tempo atrás, como "salvação da lavoura" pelo mercado radiofônico local. Até os colunistas de rádio compactuavam com essa fantasia. Afinal, o Brasil, tomado ainda do impacto do fim da ditadura, achava que frear a transmissão de informação era "censura", mesmo quando os radialistas

SCALENE: MAIS UMA BANDA PROMETENDO SALVAR O PLANETA...

Ainda estamos esperando por grandes bandas de Rock Brasil e, infelizmente, o que se vê é sempre a repetição daquelas mesmas perspectivas dos anos 1990, com muito profissionalismo e sem muita criatividade. Mais uma vez se procuram bandas brasileiras que, como sempre, são anunciadas a toda semana ou todo mês como a "salvação do planeta", isso quando rádios de happy rock  estão aí com o rótulo de "roqueiras", mas jogando mais piadas do que rock de verdade. A banda da vez é a brasiliense Scalene, uma das concorrentes do Super Star, da Rede Globo. Nas minhas caminhadas pela Praia de Icaraí, um jovem vendedor de quiosque ignora que a avenida que corta a praia tem o nome do antigo dono do jornal O Fluminense, jornalista Alberto Francisco Torres (que investia na saudosa Flu FM) e sintoniza na Rádio Cidade com seus locutores engraçadinhos e seu repertório "roqueiro" água-com-açúcar. Fico imaginando que "cultura rock" é essa com bandinhas inofensi

IMPRENSA BRASILEIRA EXAGERA NO SUCESSO DE IVETE SANGALO NO ROCK IN RIO LAS VEGAS

É sempre assim. Quando um intérprete da música comercial brasileira aparece no exterior, de alguma forma, a mídia brasileira, aquela tida como "popular", faz a maior festa e exagera na cobertura do sucesso estrangeiro, muito menos do que o real. Ainda refeita da farsa do "sucesso mundial" de Michel Teló, a mídia não desiste e exagera ao falar da "cobertura estrangeira" da presença de Ivete Sangalo no Rock In Rio Las Vegas 2015, Não é a primeira vez que a mídia brasileira faz uma grande micareta com pouca coisa, em relação à cantora baiana de axé-music. Antes de mais nada, é curioso saber que Ivete Sangalo é sempre atração de toda edição do Rock In Rio nos últimos anos. Não seria um detalhe a observar para as "rádios rock" 89 FM (SP) e Rádio Cidade (RJ), que no fundo não passam de "rádios Rock In Rio", porque a única coisa que as duas rádios fazem é ser meras alimentadoras de eventos musicais de ponta, realizados no Brasil ou envo

PARCERIA DA 89 FM COM REDE TV! LEMBRA OS PASSOS DA JOVEM PAN FM

Você lê os portais de rádio e as colunas de influentes jornalistas musicais acredita que a 89 FM de São Paulo é uma rádio de rock séria e que, aos 30 anos de existência (a serem celebrados no dia do aniversário de 34 anos de Britney Spears, em 02 de dezembro próximo), a emissora paulista, junto com sua cúmplice carioca Rádio Cidade, irá decolar de vez. É aquele papo: as duas rádios ressurgiram e, de repente, o rock começa a recuperar seu lugar no rádio, o mercado se reaqueceu, vamos ter Foo Fighters e Pearl Jam vindo ao Brasil de dois em dois anos, vamos ter Monsters Of Rock, Lollapalooza, Rock In Rio, novas bandas de Rock Brasil etc etc. De repente tudo virou um mar de rosas e as colunas de rádio e de crítica musical "estranham" que a Ipanema FM, última das rádios original e autenticamente rock do país (descontamos, no caso, a aprendiz Kiss FM, que, apesar de boa, precisa comer mais feijão e cortar a farofa para se equiparar às grandes dos anos 1980), tenha saído do a

FILME SOBRE ASSIS CHATEAUBRIAND ESTÁ PRONTO

MARCO RICCA (D), AO LADO DE ANDRÉA BELTRÃO, FAZ O PAPEL DO "VELHO CAPITÃO". Depois de 20 anos em andamento, com um polêmico histórico de acusação de desvio de verbas, o filme Chatô - O Rei do Brasil , que conta a história de Assis Chateaubriand, está finalmente pronto, e seu primeiro trailer, ainda com edição não finalizada, foi lançado no último fim de semana. A surpresa, que poderia parecer um boato, foi divulgada na Internet pelo próprio escritor Fernando Morais, cujo homônimo livro - que eu li, creio que em 2003 - inspirou a adaptação para o filme pelo ator e cineasta estreante Guilherme Fontes, responsável pela direção. Eu também vi o escritor numa palestra realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro carioca, em 2009. "Tenho más notícias para os coleguinhas que urubuzaram o Guilherme Fontes nos últimos anos: o filme 'Chatô, o Rei do Brasil', está pronto. Quem viu disse que é o máximo, Para quem não viu, aqui vai, com exclusividade

CASAMENTO DE PRETA GIL: CANTO DO CISNE DE UM "TROPICALISMO DE RESULTADOS"?

O casamento que deu o que falar, da cantora Preta Gil, filha do compositor e cantor Gilberto Gil, e de Rodrigo Godoy, preparador físico, mostra a que ponto chegou a mídia de celebridades e todo um esquema envolvendo o "ecumenismo" cultural que envolve medalhões emepebistas, brega-popularescos pretensiosos, autoridades solidárias e intelectuais "bacanas". O casamento chamou a atenção logo pela pompa excessiva, e pelo grande congestionamento que se deu na altura do bairro de Santa Tesesa, que fez muitos passageiros impacientes saltarem dos ônibus e andarem alguns metros. No histórico bairro carioca, uma mansão foi escolhida como local do casório. Sem fazer muito sucesso na carreira de cantora, Preta Gil - cujo disco recente soa como uma clone carioca da Cláudia Leitte (gonçalense radicada em Salvador), que já é uma clone de Ivete Sangalo - procura chamar a atenção através de eventos como esse, um prato cheio para as revistas de colunismo social que se tornaram

SÓ LUÍS BUÑUEL EXPLICARIA O CASO RÁDIO CIDADE

QUATRO LOGOTIPOS E UMA OBSESSÃO PSEUDO-ROQUEIRA. Parece filme de Luís Buñuel. Uma emissora de rádio que deixou sua marca e história com um segmento e uma experiência hoje tenta se marcar com um perfil totalmente diferente. Com o mesmo nome e sem tirar qualquer satisfação. Tudo muito surreal, absurdo mesmo. Mas o comportamento bovino das pessoas é assim. Aceita qualquer surrealismo sem reclamar e ainda reage com indignação a qualquer questionamento. Fazer o quê? É o mesmo pessoal que, só por causa da crise do Partido dos Trabalhadores, é capaz de pedir até um golpe militar. Não sou contra haver rádio de rock nos 102,9 mhz. Mas com o nome Rádio Cidade? E com essa equipe de locutores mauriçolas e programetes emo tipo "Hora dos Perdidos" ou um programa que mistura Pânico da Pan com Galvão Bueno chamado "Rock Bola" (que aposta na risível tese de que futebol é "esporte rock'n'roll", isso com os jogadores preferindo "funk" e "sertan

FIM DA IPANEMA FM AGRAVA CRISE DO RADIALISMO ROCK NO BRASIL

BARES EM NITERÓI ESTÃO SE VIRANDO PARA TOCAR ROCK EM MP3 GRAVADOS EM PEN-DRIVES. O radialismo rock está em crise. O que pouca gente consegue compreender com profundidade é que as rádios que se dizem "de rock" que prevalecem no mercado não passam de rádios pop com vitrolão que, em tese, é voltado ao rock, mas tanto pode incluir o soul de Amy Winehouse ou o techno do Prodigy. Quando a 89 FM e a Rádio Cidade voltaram com a mesma pasmaceira que eram em 2006, sem mexer em time que havia perdido, a maioria dos roqueiros se comportou como um rebanho de carneirinhos comportados. Nada menos roqueiro, nada menos rebelde do que isso. Muitos, mesmo sem concordar, se resignaram de ouvir aquela mesma gororoba radiofônica, em que a programação diária só tem besteirol, com programas que são claramente cópias descaradas do Pânico da Pan, sem tirar nem pôr (a não ser o vitrolão "roqueiro", claro; Nirvana no lugar de Madonna, por exemplo). Claro, tudo pelo "roquenrol&

ÚLTIMA DAS PIONEIRAS RÁDIOS DE ROCK, IPANEMA FM SAI DO AR EM FM

ATÉ CARLOS LATUFF MANIFESTOU PESAR COM O FIM DA RÁDIO. São os interesses comerciais, mas um tanto suicidas, do mercado radiofônico. O Grupo Bandeirantes de Comunicação, alegando "ampliar os investimentos" da Rádio Bandeirantes, decidiu tirar da Frequência Modulada a transmissão da Rádio Ipanema FM e colocar no ar uma das AMs que já faziam sua migração para o hoje problemático dial FM. A Ipanema FM só permanecerá no ar até o dia 18 de maio. Depois disso, ela só irá operar pela Internet, com equipe reduzida e com um sinal que, transmitido por telefones celulares, não tem a mesma qualidade e firmeza de sinal da sintonia em FM. E nem precisa contorcer a cabeça para o sinal de uma web radio  "sumir" do celular, basta uma ação do vento. A Ipanema FM era a última das rádios pioneiras de rock que irradiaram nos anos 80 mostrando que rádio de rock não era só uma questão de vitrolão roqueiro, mas personalidade e linguagem próprias. Ela veio de uma geração de emissoras

NOSSOS "COROAS" AINDA VIVEM PRESOS NOS TEMPOS ANTIGOS

MÉDICOS E EMPRESÁRIOS DE 60 ANOS PENSAM QUE AINDA VIVEM NOS TEMPOS DE JACINTO DE THORMES (FOTO). Evidentemente, a meia-idade hoje está em crise. Quase não temos grandes pensadores no começo dos 60 anos de idade, e o que salva uma parcela de sessentões foi o constante convívio juvenil de grêmios estudantis, rádios de rock, poesia marginal, cinema udigrudi, teatro interativo e até mesmo comunidade hippie. Já entre os chamados "cultos" e "refinados", a coisa virou um desastre. E é até constrangedor que alguns dos empresários e médicos que se casam com mulheres bem mais jovens que eles tentem parecer mais velhos do que realmente são. Presos nos tempos antigos, esses "coroas" já têm filhos crescidos, mas parecem entender muito menos o mundo do que estes. Eles nasceram entre 1950 e 1955 e parecem ainda viver no tempo de Jacinto de Thormes. Para quem não sabe quem foi ele, um relato rápido: era o pseudônimo do jornalista Maneco Muller que se dedicava ao c

ARTIGO DE CARTA CAPITAL CRITICA VISÃO FANTASIOSA DAS FAVELAS

Um artigo de Carta Capital derruba o mito da "periferia legal" que ainda prevalece no imaginário dominante do país. Um imaginário que contraditoriamente permite separar uma visão fantasiosa da favela nos suplementos culturais e uma visão realista que aparece nas ruas. Escrito por José Cícero da Silva, " Amor Cego: I love favela ", desmitifica a visão positivista e um tanto deslumbrada das favelas, vistas como "arquitetura pós-moderna" e objetos de um ufanismo tolo, de um "orgulho de ser pobre" que os pobres simplesmente se envergonhariam de terem que sentir, diante dos problemas que enfrentam no dia a dia. Em primeiro momento, filmes e documentários começaram a abordar a realidade das favelas, analisando a questão da violência, os problemas educacionais, a falta de saneamento, higiene e energia elétrica, os abusos de poder dos policiais, o narcotráfico e a exclusão habitacional que força a construção improvisada dessas casas. José Cícero

CHUVA DE DINHEIRO NÃO É ESCOLA DE MÚSICA

As pessoas não entendem como e por que a cultura brasileira está em crise. A imprensa cultural e a intelectualidade "bacana", então, se revoltam com isso. "Especialistas" desmentem com veemência, alegando que nunca se investiu tanto em cultura quanto nos últimos 25 anos. Claro, existem aqueles críticos musicais que ficam dizendo que existe "um cenário rico" de cultura e ainda arriscam a dar exemplos para dar a falsa impressão de que estamos melhores até do que há 55 anos atrás. E, quando os exemplos vêm: "artistas" que prometem uma síntese de tudo: rap, rock, reggae, funk autêntico, "funk carioca", "grupos teatrais" mais preocupados com besteirol, péssimos pintores que pintam paisagens que eles nem entendem, escritores que falam de frivolidades em livros que não são mais do que dicionários de gírias e por aí vai. É claro que o crítico de plantão vai dizer que tudo é "genial". Não que ele realmente goste diss