SE CADA EMPRESA DE ÔNIBUS EXIBISSE SUA PRÓPRIA IDENTIDADE VISUAL, TRANSTORNOS COMO ESTE ACIMA NÃO ACONTECERIAM.
Um caso surreal, típico do FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País) de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto, 1923-1968), acontece no sistema de ônibus de Belo Horizonte, mas existe também em outras cidades e regiões do país.
Uma linha de Belo Horizonte, 9250 Caetano Furquim / Nova Cintra, via Savassi (considerado bairro nobre da capital mineira), da empresa Via BH Coletivos, recebeu queixas porque, correspondendo à cor laranja do padrão visual adotado pela cidade, está colocando veículos de outras cores (azul e verde) e causando confusão para os passageiros.
A queixa ganhou destaque na coluna Vrum de O Estado de Minas, não bastasse a linha 9250 ser alvo de outras queixas, como descumprimento de horários, grosseria de motoristas e demoras na espera de um ônibus.
A Via BH Coletivos alega que está colocando carros de outras cores por causa do vandalismo que destrói muitos ônibus e atinge parte da frota da empresa. Com todas essas queixas, tudo normal, até que as autoridades ligadas ao BHTrans (que administra o sistema de ônibus) e outros órgãos resolveram apelar para uma atitude bastante surreal.
Elas simplesmente prometeram "estudar" as formas de compensar os carros avariados e "reforçar a fiscalização" da utilização dos ônibus nas linhas belzontinas. Consta-se que a atitude da Via BH Coletivos é antiga e muito comum na capital mineira. Mas no Rio de Janeiro também acontece, com, por exemplo, empresa do consórcio Intersul indo em linhas do Transcarioca e vice-versa.
Só que essa "solução", que na verdade não extingue o problema, existe mais custo financeiro e muito, muito mais burocracia. Consiste em comprar mais ônibus ou mais tinta para repintura, e na contratação de mais fiscais para controlar a situação. Além disso, a burocracia da fiscalização é muito trabalhosa e difícil de ser mantida.
Esse episódio revela a decadência e o desgaste que é a pintura padronizada nos sistemas de ônibus das grandes cidades. Medida originária da ditadura militar, através do prefeito-biônico de Curitiba, Jaime Lerner, a medida se espalhou por várias cidades, ainda durante o regime militar (como Curitiba e São Paulo) e desde 2010 foi imitada por outras capitais visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas, em processos não menos autoritários, sem consultar a população.
A pintura padronizada, ao impedir que cada empresa de ônibus apresente sua identidade visual - quando muito, só exibe um logotipo que mal consegue ser visto de longe - , prejudica a transparência do sistema de ônibus e estimula o desleixo das empresas, que não precisam adotar um serviço responsável, já que a imagem que apresentam não é a de cada uma delas, mas da Secretaria de Transportes.
Daí ônibus sucateados, corrupção empresarial, insegurança, desconforto, rodoviários demitidos a esmo - como a dupla função motorista-cobrador, sob o pretexto do "bilhetamento eletrônico" - e tantas e tantas irregularidades que fazem o "modelo Jaime Lerner" entrar em falência generalizada, ainda que as autoridades ignorem isso e não queiram "largar o osso".
A solução mais simples seria esta: se a Via BH Coletivos tivesse direito a exibir sua identidade visual, sua pintura própria, em toda sua frota, transtornos como o que se observa na linha 9250 apenas não haveriam, porque os ônibus deslocados teriam a mesma identidade visual.
Mas como há aqueles que preferem complicar que simplificar, e tudo pela "mobilidade urbana"...
Um caso surreal, típico do FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País) de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto, 1923-1968), acontece no sistema de ônibus de Belo Horizonte, mas existe também em outras cidades e regiões do país.
Uma linha de Belo Horizonte, 9250 Caetano Furquim / Nova Cintra, via Savassi (considerado bairro nobre da capital mineira), da empresa Via BH Coletivos, recebeu queixas porque, correspondendo à cor laranja do padrão visual adotado pela cidade, está colocando veículos de outras cores (azul e verde) e causando confusão para os passageiros.
A queixa ganhou destaque na coluna Vrum de O Estado de Minas, não bastasse a linha 9250 ser alvo de outras queixas, como descumprimento de horários, grosseria de motoristas e demoras na espera de um ônibus.
A Via BH Coletivos alega que está colocando carros de outras cores por causa do vandalismo que destrói muitos ônibus e atinge parte da frota da empresa. Com todas essas queixas, tudo normal, até que as autoridades ligadas ao BHTrans (que administra o sistema de ônibus) e outros órgãos resolveram apelar para uma atitude bastante surreal.
Elas simplesmente prometeram "estudar" as formas de compensar os carros avariados e "reforçar a fiscalização" da utilização dos ônibus nas linhas belzontinas. Consta-se que a atitude da Via BH Coletivos é antiga e muito comum na capital mineira. Mas no Rio de Janeiro também acontece, com, por exemplo, empresa do consórcio Intersul indo em linhas do Transcarioca e vice-versa.
Só que essa "solução", que na verdade não extingue o problema, existe mais custo financeiro e muito, muito mais burocracia. Consiste em comprar mais ônibus ou mais tinta para repintura, e na contratação de mais fiscais para controlar a situação. Além disso, a burocracia da fiscalização é muito trabalhosa e difícil de ser mantida.
Esse episódio revela a decadência e o desgaste que é a pintura padronizada nos sistemas de ônibus das grandes cidades. Medida originária da ditadura militar, através do prefeito-biônico de Curitiba, Jaime Lerner, a medida se espalhou por várias cidades, ainda durante o regime militar (como Curitiba e São Paulo) e desde 2010 foi imitada por outras capitais visando a Copa de 2014 e as Olimpíadas, em processos não menos autoritários, sem consultar a população.
A pintura padronizada, ao impedir que cada empresa de ônibus apresente sua identidade visual - quando muito, só exibe um logotipo que mal consegue ser visto de longe - , prejudica a transparência do sistema de ônibus e estimula o desleixo das empresas, que não precisam adotar um serviço responsável, já que a imagem que apresentam não é a de cada uma delas, mas da Secretaria de Transportes.
Daí ônibus sucateados, corrupção empresarial, insegurança, desconforto, rodoviários demitidos a esmo - como a dupla função motorista-cobrador, sob o pretexto do "bilhetamento eletrônico" - e tantas e tantas irregularidades que fazem o "modelo Jaime Lerner" entrar em falência generalizada, ainda que as autoridades ignorem isso e não queiram "largar o osso".
A solução mais simples seria esta: se a Via BH Coletivos tivesse direito a exibir sua identidade visual, sua pintura própria, em toda sua frota, transtornos como o que se observa na linha 9250 apenas não haveriam, porque os ônibus deslocados teriam a mesma identidade visual.
Mas como há aqueles que preferem complicar que simplificar, e tudo pela "mobilidade urbana"...
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